PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE
UNIVERSIDADE SANTO AMARO
Programa de Residência Multiprofissional em Atenção à Terapia Intensiva, Emergências Clínicas e Trauma
EXECUÇÃO DE PROJETO EM EQUIPE MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE
Trabalho desenvolvido como avaliação do primeiro semestre do programa de residência para a disciplina do eixo comum “Cuidados Integradores” ministrada pela Professora Raquel Motta.
São Paulo
Maio de 2020
Autoras:
ANA CAROLINA B. SILVA
KATHARINA REGINA TOZZO MENDES
KEYLA BISPO SILVA
MARIA ISABEL MUSTO NAJAR RIOS
MARIANE SANTOS FERNANDES
NATÁLIA FONSECA DA SILVA
NICOLE APARECIDA PORTA NOVA
SUELEN KAREN DA SILVA SANTOS
VITORIA FERNANDES NOVAIS
Grupo D:
Comunicação paciente/profissional de saúde
PARTE I - LEVANTAMENTO E DESCRIÇÃO - ok
PARTE II - PLANEJAMENTO E IDEAÇÃO - ok
PARTE III - FINALIZAÇÃO E RESOLUÇÃO
COMUNICAÇÃO
Como já se oportunizou durante todo o discorrer do trabalho a comunicação é uma das necessidades humanas fundamentais na prestação dos cuidados em saúde, para gerar um relacionamento interpessoal terapêutico entre profissionais e pacientes.
Uma comunicação clara e apropriada é benéfica na aderência e no tratamento, bem como no entendimento entre a equipe multiprofissional.
Por meio da comunicação terapêutica o usuário se sente acolhido. Cria-se uma relação de confiança, favorecendo a revelação do outro, por meio da individualização do cuidado.
Entretanto, mesmo sendo um eixo norteador do cuidado em saúde, não podemos deixar de eliciar os problemas que podem ser gerados frente às tentativas de comunicação no âmbito da saúde.
PROBLEMAS DE COMUNICAÇÃO
Elencamos algumas problemáticas identificadas em nossos cenários de prática e vivências profissionais:
● A condição clínica do paciente pode interferir na comunicação efetiva. Por seu contato visual e verbal estarem prejudicados, muitas vezes esses pacientes não são entendidos como ‘ser singular’;
● Não permitir espaço para o paciente tirar suas dúvidas;
● Ausência de comunicação não- verbal;
● Deixar transparecer pressa ou falta de interesse nas informações dadas pelo paciente;
● Ausência de empatia e humanização nos processos de comunicação;
● Comunicação apenas informativa;
● Utilização de termos técnicos, falta de uma linguagem simples e clara;
O termo em destaque acima foi a nossa escolha de temática para abordagem, ficando ainda explicitada na imagem abaixo.
ESCOLHA ESPECÍFICA DA PROBLEMÁTICA
Com um tema tão amplo e que oportuniza tantas possibilidades de intervenção, decidimos pelo enfoque em uma das tão variadas vertentes da comunicação para construção desta proposta.
Sendo considerada como ação essencial no processo do cuidado, a comunicação deve ser uma ação realizada de maneira fidedigna pelos profissionais, para que, por meio desse processo, possa-se possibilitar uma assistência humanizada, resolutiva e de qualidade aos pacientes no ambiente hospitalar. Entretanto, apesar de essencial, no cenário prático, podemos observar diversos entraves referente ao processo de comunicação, o que prejudica a assistência oferecida aos pacientes.
Nesse sentido, diante ao exposto, foi escolhido discorrer sobre a utilização da linguagem técnica pelos profissionais da saúde, e as implicações que esse problema pode causar. Dessa forma, buscando a resolução desse problema, foi elencado como solução, a realização de educação permanente com a equipe multidisciplinar, tendo como objetivo durante esse momento, discorrer sobre a importância da comunicação efetiva, da comunicação terapêutica, e ainda expor os entraves que o uso da linguagem técnica pode causar durante a assistência aos pacientes.
Dessa forma, pretende-se expor na reunião o assunto exposto abaixo, sendo programado a realização dessa exposição, com a equipe multidisciplinar da unidade hospitalar, tendo duração máxima de 30 minutos, abordando os profissionais em pequenos grupos, para que não possa haver prejuízo também ao processo assistencial, haja visto que a exposição será realizada em momento de trabalho dos mesmos.
ASSUNTOS ABORDADOS
A comunicação é considerada como instrumento básico, para produzir o cuidado, seja ele, nas mais diversas dimensões. O processo de se comunicar, está inerente a todos os momentos a qual o profissional se dirige ao paciente, sendo utilizada para orientar, informar, apoiar, confortar e ainda atender a necessidades básicas. Dessa forma, tendo em vista a extrema importância desse processo durante a assistência, é que a execução de algumas atitudes, são de extrema importância, para que a comunicação possa ser efetiva, e consequentemente resolutiva no processo do cuidar (PONTES; LEITÃO; RAMOS, 2008).
Desse modo, de acordo com Pontes; Leitão; Ramos (2008), para que o processo de comunicação possa ser efetivo, o profissional deve levar em consideração a singularidade de cada paciente, exaltando aspectos individuais de cada ser, como: a cultura, a religião, a regionalidade e ainda a escolaridade. Para além desses, o profissional, deve se atentar, não somente as questões clínicas do paciente, devendo considerar também, os aspectos psicológicos e emocionais, os quais pode influenciar nesse processo de comunicação, como também no bem estar desse indivíduo.
Ainda nesse sentido, buscando desenvolver processo de comunicação terapêutica, o profissional da saúde, pode utilizar de alguns pilares para desenvolver esse processo de forma fidedigna. Assim, no momento da comunicação o profissional deve realizá-lo com empatia, transmitindo informações claras e concisas, realizar escuta qualificada, e além de transmitir informações, deve também abrir um espaço para que o paciente tire suas dúvidas, e o profissional deve ainda, certifica-se que, as dúvidas do paciente foram sanadas (DAMASCENO et al., 2012).
Assim, buscando desmistificar o uso de termos técnicos no ambiente hospitalar, sempre após o momento de comunicação entre o profissional e o paciente, o profissional deve solicitar que o paciente repita a informação que lhe foi concedida, para então assegurar que o paciente entendeu a informação. Dessa forma, tendo em vista que o paciente, é o participante ativo do processo de cuidado, certificar-se que ele entendeu a informação que lhe foi concedida, é de extrema importância para a realização de uma assistência continuada, subsidiando meio para uma atenção em saúde de qualidade (DAMASCENO et al., 2012).
ESTRATÉGIAS
Foi pensado como estratégia, elaborar um Checklist onde o responsável avaliará se o profissional está se comunicando de forma correta, contemplando todos os tópicos abordados durante a capacitação realizada anteriormente.
Essa avaliação será realizada continuamente.
INVESTIMENTOS ASSOCIADOS
O delineamento dos encargos financeiros estão descritos abaixo:
VANTAGENS E DESVANTAGENS OBSERVADAS PELA EQUIPE
CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS
Vantagens:
Baixo custo para implantação;
Ação de educação permanente;
Repercussões positivas no relacionamento com os pacientes;
Benefícios para a equipe (relacional);
Qualidade e aderência ao tratamento;
Diminuição das queixas e dos erros;
Melhor compreensão da queixa do paciente e diagnóstico mais preciso;
Desvantagens:
Ressalvas em relação ao acompanhamento prático da intervenção;
Engajamento - fundamental;
Falta de controle atencional dos participantes;
CONSIDERAÇÕES FINAIS DOS COMPONENTES DO GRUPO
ENFERMAGEM
KATHARINA REGINA TOZZO MENDES - O tópico de uma comunicação efetiva já é abordado durante a graduação, mas conforme o profissional se insere no trabalho, ganha experiência e passa por situações de estresses com a demanda de atendimento esse assunto acaba ficando em segundo plano. Fazer uma capacitação com os profissionais seguida de uma estratégia de avaliação faz com que o profissional relembre dos conceitos e da importância de se ter uma linguagem clara, levando em conta aspectos individuais dos pacientes (escolaridade, acuidade auditiva, questões emocionais entre outras) e procure obter validação do paciente para garantir que a informação passada foi entendida. Ao final, se espera que tenha melhora no atendimento e evite erros em procedimentos ou tratamentos.
KEYLA BISPO SILVA
Como já mencionado anteriormente o processo de comunicação é constituído como estratégia de extrema relevância para o processo de assistência ao paciente, entretanto, apesar de sua importância no cenário prático, podemos detectar diversas falhas nesse processo que acabam prejudicando a assistência, sendo um desses entraves o uso de termos técnicos comumente usado pelos profissionais o que acaba gerando medo, confusão, ansiedade e consequentemente a descontinuidade do cuidado. Dessa forma, buscando melhorar esse processo, é que se implementou como resolução a utilização da educação permanente para mostrar aos profissionais da equipe multiprofissional a extrema relevância desse processo e do uso de uma linguagem simples durante a assistência ao paciente. Ainda nesse sentido, buscando averiguar se os profissionais estão implementando essa prática, é que se objetivou a elaboração de um check list para que os profissionais pudessem ser acompanhados durante a sua assistência e para averiguar se o mesmo está colocando as estratégias para o processo de comunicação efetiva e terapêutica. Dessa forma, com a implementação dessas estratégias, pretende-se, além de levar conhecimentos aos profissionais sobre a forma adequada de se comunicar com o paciente, tem-se como principal objetivo garantir melhores condições de cuidado aos pacientes, atendendo-lhe de maneira integral para que o mesmo possa ter melhor qualidade de vida.
MARIA ISABEL MUSTO NAJAR RIOS - A capacitação será de grande valor para uma melhor eficácia na comunicação paciente/profissional de saúde, visto que os profissionais, mesmo sabendo a maneira correta para se comunicar, muitas vezes, pela sobrecarga no atendimento, ou por não observar aspectos como a linguagem não verbal, ou mesmo o nível de escolaridade, acabam não conseguindo se expressar de maneira clara, e que o paciente realmente compreenda. É essencial rever essas questões com toda a equipe, uma vez que todos apresentam grande importância em transmitir informações para o paciente.
FARMÁCIA
MARIANE SANTOS FERNANDES - Através do check list é possível encontrar os pontos chaves de falha na comunicação com o paciente e onde é possível realizar uma intervenção no erro e ir melhorando a cada check list realizado, tendo grande valia para a melhoria no atendimento e para que o paciente ganhe confiança no profissional e nas informações que lhe estão sendo passadas, se tornando assim também mais ativo e participativo no seu próprio cuidado.
NATÁLIA FONSECA DA SILVA - Realizando os tópicos abordados neste check list, tanto os Farmacêuticos quanto às equipes multidisciplinares (em especial os técnicos/enfermeiros), conseguirão identificar e sinalizar para Farmácia reações adversas, bem como efetividade ou não da farmacoterapia do paciente, que trará benefícios para ele, oferecendo uma melhor qualidade em seu tratamento.
FISIOTERAPIA
VITORIA FERNANDES NOVAIS - A capacitação dos profissionais se faz de extrema importância para que possamos levar um atendimento humanizado e através do check list torna-se mais fácil buscarmos as falhas do sistema de comunicação. Com a correria do dia a dia e a sobrecarga sobre os profissionais, muitos se esquecem do quão necessário é a comunicação simples para que haja o entendimento do paciente com o tratamento e o mesmo participe e realize o auto cuidado, buscando assim, a melhora do quadro clínico.
NUTRIÇÃO
ANA CAROLINA BIZINOTO SILVA - O check list auxiliaria tanto o profissional - que ficaria mais vigilante quanto ao atendimento prestado - quanto o paciente - que se beneficiaria de uma atenção nutricional mais atenciosa e bem prestada.
Seria possível observar se o nutricionista aplica linguagem verbal ou não verbal (de acordo com a necessidade e singularidade de cada paciente) de forma simples e clara, para que o paciente compreenda o que está sendo feito, tire suas dúvidas, e possa transmitir ao nutricionista questões que poderiam estar sendo passadas despercebidas quanto à aceitação alimentar, dificuldades (exemplo: mastigação, deglutição, aversão a cheiros e alimentos específicos) e intercorrências (exemplo: dores abdominais, refluxo).
Com a correção de inadequações, as chances de desnutrição hospitalar reduziria. Sendo a desnutrição hospitalar associada ao maior tempo de internação e desfecho desfavorável, visto que a alimentação (aporte energético e proteico) está intimamente relacionado com sistema imune, risco de infecção e cicatrização.
PSICOLOGIA
SUELEN KAREN DA SILVA SANTOS - Nos deparamos com uma problemática ampla e que, por diversos fatores, resvala em diversos cenários profissionais. Toda questão que envolve uma multidimensionalidade não pode ser resolvida de forma simples, entretanto os passos que permitem esta nova realocação de ideias pode e devem ser pensados de forma dinâmica e objetiva visando a melhoria dos espaços de atuação dos profissionais.
A comunicação efetiva é uma das bases da prática profissional de saúde e é parte integrante da arte de prover cuidado holístico aos pacientes. Assegurar que as necessidades de comunicação dos pacientes sejam plenamente atendidas tem sido considerada como uma das mais importantes habilidades em cuidado. Mesmo com o desenvolvimento tecnológico em saúde, a maioria do cuidado permanece apoiado firmemente em uma abordagem centrada na comunicação.
Desta forma, buscamos, por meio deste trabalho, trazer luz a esta problemática sob o foco da interlocução multiprofissional, e podemos concluir que, mesmo com todos os percalços do caminho, existem muitas possibilidades de ampliarmos os espectros de nosso trabalho.
SERVIÇO SOCIAL
NICOLE APARECIDA PORTA NOVA - As soluções discutidas para o problema abordado têm como objetivo garantir direitos dos pacientes, pois uma comunicação acessível é fundamental para viabilizar o acesso a serviços e políticas públicas. Desta forma, a realização da capacitação para os profissionais é imensamente relevante, pois busca a transformação de suas práticas, proporcionando a oportunidade de refletir e aprimorar a comunicação com os pacientes durante o acolhimento.
REFERÊNCIAS
DAMASCENO, M. M. C. et al. A comunicação terapêutica entre profissionais e pacientes na atenção em diabetes mellitus. Revista Latino-Am. Enfermagem. Julho, 2012.
PONTES, A. C; LEITÃO, I. M.T; RAMOS, I. C. Comunicação terapêutica em enfermagem: instrumento essencial do cuidado. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília, 2008.